Está em todos os lugares hoje: um grupo de investidores comprou 65% do Skype por U$ 2,75 bilhões. O que tem de interessante nessa matéria? Eu encontrei algo...
Antes, uma introdução para os menos antenados: para aqueles que não sabem o que é Skype, trata-se de um serviço que oferece ligação pela internet através de VoIP. Ou seja, ao invés de você ligar por linha telefônica, você liga pela internet. Benefícios? Ligação gratuita para qualquer usuário de qualquer lugar do mundo que também esteja online e inclusão de vídeo na conversa. Existem outros serviços mas esse é o principal.
Feita essa introdução, já podemos partir para a parte que realmente importa dessa matéria. O e-Bay, em 2005, comprou o Skype dos seus criadores desembolsando U$ 3,1 bilhões de dólares. Na época, a intenção era trazer esse serviço para o site do e-Bay, o que não obteve sucesso. Dá para perceber pelos valores de compra e venda. Negócios grandes na internet tendem a valorizar muito rápido e esse não foi o caso do Skype. Por que? Porque é difícil descobrir uma forma de rentabilizar um serviço que tem na sua base a GRATUIDADE.
Vamos a alguns exemplos:
- O Youtube, que revolucionou a distribuição de conteúdos audiovisuais sob demanda (ou seja, cada um assiste o que deseja na hora que deseja), sempre foi um serviço gratuito. Apesar do seu astronômico sucesso, hoje já figura entre os 10 sites mais visitados do mundo, os seus criadores não conseguiam fazer esse negócio rentabilizar, pois os usuários não iriam aceitar começar a pagar para assistir vídeos depois de terem recebido isso de graça. Apesar desse negócio ser "aparentemente" zero lucrativo, nada menos do que o Google e o Yahoo entraram na briga para comprar o Youtube. O Google comprou por U$ 1,65 bilhões e começaram a inserir publicidade.
- O Google é uma das empresas que mais soube lidar com essa nova realidade de que todos os usuários querem tudo agora e de graça. A maioria dos seus produtos são gratuitos para os usuários. E quem paga a conta? São os anunciantes. A receita de links patrocinados (aquelas propagandas que ficam do lado direito da tela quando você busca algo) é o principal gerador de lucro para empresa.
- O Twitter é um outro exemplo. Ele está naquela fase que o Youtube passou. Já está chegando entre os 10 sites mais visitados do mundo, entretanto não gera um centavo de lucro para os donos. Se eles querem vender? Claro que não! Afinal, eles sabem do potencial da rede social. O que está faltando é descobrir a melhor forma de conseguir rentabilizá-la.
Logo, voltamos a pergunta inicial. O que há de interessante no título desse post? É muito difícil fazer negócios que nascem como serviços gratuitos darem lucro. Então devemos cobrar desde o início? Claro que não! Diante da quantidade de serviços disponíveis na rede, os usuários preferem os produtos gratuitos. O que se precisa entender disso tudo é que, diante de um serviço gratuito, você precisa arranjar uma forma de rentabilizá-lo de outro jeito. O Google tem uma das formas (ou a forma) mais bem sucedidas nesse novo cenário: os links patrocinados.
Existem diversos outros exemplos. Veja a Banda Calypso (ok... de Google para Banda Calypso existe uma diferença muito grande, mas releve porque o exemplo é bom!). No início da carreira, quando eles não cantavam na mesma semana no Faustão, Gugu, Hebe e Turma do Didi, eles enfrentaram um grande problema: CDs piratas. Sabe aquela velha história de que a indústria da música vive falando que as pessoas não deveriam baixar músicas na internet ou comprar Cds piratas? Pois é. O que é considerado ilegal pela indústria da música, foi responsável na expansão do sucesso da Banda Calypso. Se não fossem os Cds piratas vendidos a R$ 5,00 e as músicas espalhadas pelos próprios usuários nesses programas de troca de arquivos gratuitos, eles provavelmente não estariam onde estão hoje. E como a banda faz dinheiro? Shows, aparições em programas e (também, mas menos importante) venda de CDs originais. Tudo isso por causa do sucesso que conquistaram através do talento (sem entrar em discussões de gostos, mas para estar onde estão eles precisam ter algum talento), mas, na minha opinião, principalmente da facilidade que a internet e as novas tecnologias trouxeram para difusão de idéias e conteúdos.
Logo, quando você ver um anúncio de um produto em algum site que oferece um serviço para você, não reclame. Agradeça! Afinal, a conta que você deveria estar pagando está indo para a conta de outra pessoa.
1 de setembro de 2009
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